Seria engraçado, se não fosse estranho, o meu visual a partir de fevereiro de 2009. Isso porque rasparam as laterais do meu cabelo para furar meu crânio e colocar uma tração de 15 kg e assim aliviar a compressão na medula.
Infelizmente não tenho foto disso, só imagino como ficou. Esse detalhe traumatizou no começo, não pela tração, mas porque cortaram meu cabelo! Cuidava tanto dele...
Além disso, recordo bem o inicio da lesão quando estava internada no 1º estágio do Hospital Sarah. Fiquei quase 15 dias naquele andar, cercada de cuidados que beiravam o mimo. Ótimos profissionais.
Acima de mim, ficava aquela máquina que mede pressão, ritmo cardíaco e tals. Ah, aqueles bip bip judiavam muito mais do que os ai ai da dona Isabel, uma senhora que sofreu um AVC em Londres. Durante o dia ela não emitia um som, escurecia e a melodia começava. Mas isso não me incomodava, ela sofria mais do que eu.
Eu não conseguia ver a dona Isabel. O colar cervical impediu por muito tempo essa visão periférica.
Um alivio que eu tinha era o respirador artificial. Eu gostava de dormir com ele, me relaxava. Mas do que isso, eu precisei dele até dissipar o edema que formou no pulmão. Era um arzinho tão fresco. Fiquei conhecida como a paciente que amava o bee pap (não sei como escreve), enquanto outros detestavam.
Agora, o que era mesmo engraçado foi algo que eu sempre briguei: meu peso. Sem exageros, eu fiquei com 90 kg!!!!!!!! Assustador, né? Esse peso todo era de líquidos no meu corpo, exacerbados devido ao uso corticóide. Mais ou menos assim que os médicos explicaram.
E mais estranho ainda era como me sentia na cama. Poxa, tá sendo legal resgatar essas lembranças... Bem, como eu não sentia do pescoço pra baixo, parecia que eu era só uma cabeça! Pensa!!! É uma sensação bem doida! A cama parecia algo minúsculo, eu me sentia em uma caixinha de fósforo! Não sei por quanto tempo essa sensação durou.
Paz e Bem!
(( de moicano e inchada, pelo menos a minha irmã para embelezar a foto))