quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Folga!

Eita!!! Hoje foi dia de fisio nova e ela me pegou de jeito!!! Treino de equilibrio e 30 abdominais!!!
Não tenho forças para escrever hoje! =p
Volto amanhã com a promessa de postar todos os dias! Estou amando o entusiasmo e apoio de todos! Muitissimo obrigada!
Ah, novidade! Minha amiga linda e fofa, Fernandinha, é inspiração para a primeira cadeirante de uma história em quadrinhos. Muito bom!!! Parabéns, Fer!
Paz e Bem!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cada dia um pouquinho mais

Um pouco pra direita. Não, foi muito! Esquerda. Esquerda. Pára! Não, não, um pouquinho mais pra baixo. Isso!!! Coça, coça!!! Ahhh!!! Por que parou? Agora que tava ficando bom! Só mais um pouquinho, por favor!
Era sempre assim quando desesperadamente meu nariz começava a coçar. Loucura total. Meus braços, até então sem movimento algum, lutavam para realizar tal façanha. Sem sucesso. Cabia a qualquer pessoa que se aproximasse aliviar minha “agonia”.
Quando meu tio Manel chegava era outro momento de “bora, levanta bracinho!”. Devia ter uns cinco dias de lesão, ele veio todo alegre: “Cadê a benção do tio?”; para a surpresa da minha prima Gaby: “pai! Paulinha não tá mexendo o braço!”. Calma, ainda não estávamos acostumados com isso.
Realmente, era algo surreal. Ainda me pego achando tudo isso muito estranho. Só sei que eu conseguia me divertir quando tentavam abrir uma garrafa de água e debochava – “me dá que eu abro.” – prontamente a garrafa era estendida e ficavam os dois a dar risada.
Cerca de um mês depois, ainda no Sarah centro em Brasília, o braço direito começou a se manifestar. Comecei a dar a mão quando o tio pedia benção e também comecei a me esmurrar. Não, não era nenhuma manifestação de revolta, e sim a tentativa de me coçar. Até ter uma boa coordenação motora, apanhei muito! E mais uma vez, rendia boas risadas.
O braço esquerdo permanecia na dele e se tentavam mexer doía. Um exame mostrou que um músculo no ombro estava pinçado. A espacidade no braço era tão forte que ele não estendia, e o bíceps estava encurtando.
De qualquer maneira começaram os exercícios para os membros superiores. O mais chato, porém necessário, minha mãe apelidou de múmia. Órteses para esticar os braços, sobe e desce com pesinhos. Tedioso, mas ajudou muito.

Com o braço melhorzinho, a próxima etapa foi aprender a comer só. Nesse eu me empenhava, é chato demais receber comida na boquinha. No começo é legal, só na folga, mas enjoa. Tem hora que se quer aquele pedaço de carne.
Treinei bastante até conseguir colocar o garfo na boca. Só que a tarefa era feita com colher, se não fosse por isso e pelo colar cervical teria furado até o meu pescoço.

Essas melhoras aconteceram nos três primeiros meses, ainda internada no Sarah centro. Muita coisa está evoluindo, mas isso eu conto depois!
Mas antes de me despedir quero dar um testemunho. Hoje à tarde, algumas senhoras vieram rezar o terço aqui em casa. E Nossa Senhora me deu um presente, um sinal da graça que Deus realiza em minha vida. Durante todo o terço senti muita dor em todo meu braço direito, mais ainda no punho e dedos. Para mim isso tem um significado enorme porque eu não sentia dor. É uma alegria tremenda sentir dor!!!
Glória a Deus! Sempre, sempre! Peça ao Filho que o Pai atende! Creio nisso e espero no Senhor. Por isso eu digo, confie em Deus que é amor e nunca nos abandona!
Paz e bem!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Foi assim no começo...

Seria engraçado, se não fosse estranho, o meu visual a partir de fevereiro de 2009. Isso porque rasparam as laterais do meu cabelo para furar meu crânio e colocar uma tração de 15 kg e assim aliviar a compressão na medula.

Infelizmente não tenho foto disso, só imagino como ficou. Esse detalhe traumatizou no começo, não pela tração, mas porque cortaram meu cabelo! Cuidava tanto dele...
Além disso, recordo bem o inicio da lesão quando estava internada no 1º estágio do Hospital Sarah. Fiquei quase 15 dias naquele andar, cercada de cuidados que beiravam o mimo. Ótimos profissionais.
Acima de mim, ficava aquela máquina que mede pressão, ritmo cardíaco e tals. Ah, aqueles bip bip judiavam muito mais do que os ai ai da dona Isabel, uma senhora que sofreu um AVC em Londres. Durante o dia ela não emitia um som, escurecia e a melodia começava. Mas isso não me incomodava, ela sofria mais do que eu.
Eu não conseguia ver a dona Isabel. O colar cervical impediu por muito tempo essa visão periférica.
Um alivio que eu tinha era o respirador artificial. Eu gostava de dormir com ele, me relaxava. Mas do que isso, eu precisei dele até dissipar o edema que formou no pulmão. Era um arzinho tão fresco. Fiquei conhecida como a paciente que amava o bee pap (não sei como escreve), enquanto outros detestavam.
Agora, o que era mesmo engraçado foi algo que eu sempre briguei: meu peso. Sem exageros, eu fiquei com 90 kg!!!!!!!! Assustador, né? Esse peso todo era de líquidos no meu corpo, exacerbados devido ao uso corticóide. Mais ou menos assim que os médicos explicaram.
E mais estranho ainda era como me sentia na cama. Poxa, tá sendo legal resgatar essas lembranças... Bem, como eu não sentia do pescoço pra baixo, parecia que eu era só uma cabeça! Pensa!!! É uma sensação bem doida! A cama parecia algo minúsculo, eu me sentia em uma caixinha de fósforo! Não sei por quanto tempo essa sensação durou.

Paz e Bem!

 
(( de moicano e inchada, pelo menos a minha irmã para embelezar a foto))

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Recados!!!

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Lembranças...

Lembro, como em frames, daquele final de semana. Estava na segunda semana de férias, depois de frenéticos (e saudosos) dias na redação da TV MS Record. Não sei porque insisti para mim mesma que queria conhecer Pirinópolis, já sai de CG com esse pensamento. Sabe-se lá porque queria isso, nunca fui chegada a passeios outdoor.
Fecho os olhos e consigo sentir o cheiro da terra molhada. A chuva caia fina e era quase poético observar a beleza da natureza goiana que consegue ser superior a faixa caótica de asfalto. Percebo que esse foi o início de um estado de paz que transcorreria durante minha recuperação.
Pensei e senti o toque de Deus segundos antes. Um quebra-mola, um grito, pista molhada, alta velocidade (120 km/h) e imprudência resultaram em uma queda de aproximadamente 10 metros. O carro capotou, dizem que pelo menos, quatro vezes. Não faço idéia, só sei que enquanto girava eu via o mato se mexendo e senti meus braços travarem. Naquele momento minha cervical saiu completamente do lugar. Minha vértebra C6 deslocou-se sobre a C7 e pressionou minha medula. Conseqüência: tetraplegia.
Eu sei que Nossa Senhora intercedeu por mim e me protegeu aquele dia com seu manto. Caso contrário, eu não estaria aqui. Deus é tão misericordioso que me permitiu a vida! Uma segunda chance para ser melhor, caridosa e buscar a santidade.
Abraço essa limitação física como meu calvário. Um estágio de sofrimento que devo viver com temor a Deus. Eu confio na bondade do Pai e sei que Ele já me curou. Meu corpo está seguindo seu curso e as melhoras são visíveis a cada dia.
Mas como já escrevi demais, esse é assunto para outro dia!
Paz e Bem!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sigo rodando!

Dia 08 de fevereiro é um dia muito importante para mim, o vivo com um misto de alegrias e tristeza. Há um ano, um acidente de carro mudou completamente a minha vida e agora reaprendo a viver com as limitações impostas pela tetraplegia. Não é fácil, mas estou confiante de que tudo vai passar.
Ensaiei várias vezes o inicio desse blog, mas desanimava, arranjava desculpas e assim perdi algum tempo de partilhar minhas idéias e evoluções.
Chega de enrolar! Pretendo escrever meus pensamentos, percepções, aprendizados... Certa vez li em um livro que “as principais páginas da vida são escritas nos momentos de maior turbulência”. Tomara que eu consiga escrever um best seller. =p
Mas creio que terão dias de palavras tristes. Não sou pessimista, isso não combina comigo... Só não prometo sempre textos alegres, cheios de entusiasmo. Isso é apenas um lembrete de que não consigo ser forte todo o tempo.
Porém quando esses pensamentozinhos chatos aparecem, outro maior toma conta e assim tenho força para continuar: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl. 4,4). E mesmo com minha limitação física quero viver a alegria em Deus e assim ser instrumento do Pai. Nesta carta de São Paulo aos Filipenses, ele nos convida a nos alegrar sempre no Senhor sem nos preocuparmos com coisa alguma. O cristão precisa manifestar sua alegria e confiar a Deus nossas preocupações
A fé em Deus e em seu amor me dá forças para viver minha vida e acreditar na recuperação da minha medula. Posso não mexer ainda as minhas pernas, mas de alguma maneira continuo em frente. Eu sigo rodando...
Paz e Bem!